Com aproveitamento ruim, Abel tenta respirar no Fluminense

Salvador da pátria há três meses, Abel Braga dá sinais de que está sucumbindo à pressão e aos maus resultados que o colocam como o técnico de segundo pior aproveitamento pelo Fluminense desde 2007. Nesta quarta-feira, contra o São Paulo, às 21h50, no Morumbi, o treinador pode aliviar a barra ou deixar sua situação perto do insustentável no clube das Laranjeiras.

Membros da diretoria garantem que a intenção não é demitir o treinador, pelo menos inicialmente. Porém, há o consenso de que o time não tem mais tempo a perder. Um resultado ruim diante do São Paulo pode contribuir para a mudança de planos.

Afinal, os resultados esperados não vieram. Sob o comando de Abel Braga, o aproveitamento do Fluminense, levando em conta os últimos três anos, só não é pior que o da última passagem de Renato Gaúcho pelas Laranjeiras, em 2009 - 39,5% contra 22,2%.

Quando comparado a Enderson Moreira, tão criticado enquanto segurava o time na Libertadores deste ano, o desempenho de Abel se torna ainda mais decepcionante, já que o interino conseguiu 63,8%.

O que os números não conseguem dizer é por que o Fluminense não emplacou momento algum nesta temporada. Nem os números, nem os jogadores. Pelo menos, existe a auto-crítica de que Abel não é o maior culpado pelo momento negativo do time tricolor no Brasileiro.

"O momento é ruim para todo mundo. O Abel não tem culpa. Nós, jogadores, temos responsabilidade. O ano todo tem sido assim. Fica complicado para o comandante. Ele é o que tem menos culpa, pois chegou depois", admitiu Diego Cavalieri.

Rebaixamento

Com o aproveitamento sob o comando de Abel Braga de 39,5%, o Fluminense corre o risco de flertar perigosamente com a zona de rebaixamento na parte final do Campeonato Brasileiro.

Em 2010, por exemplo, o Flamengo, que escapou da degola apenas na última rodada, terminou a competição com os mesmos 39% de rendimento, apenas dois pontos à frente dos quatro últimos.

Já em 2009, o Coritiba foi rebaixado no ano em que comemorava o centenário. Os mesmos 39% que o Fluminense possui atualmente com Abel Braga não foram suficientes para salvar o clube paranaense.

Três anos atrás, o Fluminense escapou do rebaixamento com o técnico Renê Simões também com 39% de aproveitamento. Na época, terminou o Brasileiro apenas um ponto à frente da zona perigosa.

Confira o rendimento dos últimos técnicos do Fluminense

PC Gusmão (2007) - 3 vitórias, 6 empates e 8 derrotas - aproveitamento 29,4%
Joel Santana (2007) - 5 vitórias, 1 empate e 4 derrotas - aproveitamento 53,3%
Renato Gaúcho (2007/08) - 42 vitórias, 26 empates e 6 derrotas - aproveitamento 55%
Renê Simões (2008/09) - 11 vitórias, 5 empates e 5 derrotas - aproveitamento 60,3%
Carlos A. Parreira (2009) - 8 vitórias, 9 empates e 7 derrotas - aproveitamento 45,8%
Renato Gaúcho (2009) - 1 vitória, 5 empates e 6 derrotas - aproveitamento 22,2%
Cuca (2009/10)- 28 vitórias, 12 empates e 6 derrotas - aproveitamento 69,6%
Muricy Ramalho (2010/11) - 28 vitórias, 15 empates, 11 derrotas - aproveitamento 61,1%
Enderson Moreira (2011)- 7 vitórias, 2 empates e 3 derrotas - aproveitamento 63,9%
Abel Braga (2011)- 6 vitórias, 1 empate e 9 derrotas - aproveitamento 39,6%

fonte: www.terra.com.br