Política de acessibilidade está cada vez mais presente no transporte público de JF

14/12/2011 11:20

O transporte público de Juiz de Fora está passando por uma transformação nos últimos anos para garantir a acessibilidade de pessoas com deficiência física ou com mobilidade reduzida, como gestantes, idosos e obesos. A frota de ônibus urbano adaptado passou de 104 veículos, em janeiro de 2009, para 280 em dezembro de 2011, um crescimento de quase 170% em menos de três anos. O início das operações dos táxis adaptados, uma iniciativa inédita no município, também confirma a preocupação da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) em fortalecer a inclusão. A cidade é a segunda em Minas a oferecer este serviço, que, desde o ano passado, conta com cinco veículos em circulação. O número vai dobrar em até 90 dias, informa a Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra).

“Entendemos que políticas de facilitação do deslocamento das pessoas com mobilidade reduzida contribuem para a inclusão social e o efetivo exercício da cidadania. A Prefeitura está trabalhando com o objetivo de garantir tais direitos para esta parcela da população. Temos desafios diários a vencer, mas os avanços já são percebidos na cidade”, avalia o secretário de Transporte e Trânsito, Márcio Gomes Bastos.

Os ônibus adaptados já são uma realidade em cerca de 50% da frota e em 81,5% das linhas de transporte coletivo urbano. Todos os novos ônibus adquiridos para circular em Juiz de Fora são, obrigatoriamente, deste modelo. E para capacitar os funcionários das empresas de ônibus a lidar com as necessidades especiais deste público, a Prefeitura começou a exigir, a partir da publicação do Decreto Municipal 10.987, que todos os motoristas, cobradores e fiscais do transporte coletivo participem do Programa de Capacitação e Reciclagem. O curso, que está sendo promovido desde setembro, tem validade de três anos e carga horária de sete horas. Ele é orientado por profissionais do Núcleo de Atendimento Especial à Pessoa com Deficiência (Naepd).

Já os veículos de táxi adaptado podem ser encontrados nas ruas e nos serviços de rádio táxi. Além disso, os motoristas podem agendar corridas com os interessados. Para facilitar o contato entre estes taxistas e o público que necessita deste serviço especializado, a Settra divulga, em seu site (www.pjf.mg.gov.br/settra/taxiadaptado), os números de telefone dos motoristas que já trabalham nos cinco adaptados. Estes motoristas também passaram por um curso específico oferecido pelo Senac, onde aprenderam os cuidados necessários a este tipo de transporte.

Para a servidora pública Aline de Almeida Machado, que utiliza cadeira de rodas para se locomover, o táxi adaptado é um grande ganho para as pessoas com deficiência, principalmente no período noturno. “A comodidade de ter um veículo adaptado na porta da sua casa é um estímulo a mais para eu sair com os meus amigos à noite”, afirma Aline.

Segundo o permissionário de um carro adaptado, Pedro Xavier de Miranda, além do ganho financeiro, a gratificação pessoal em dirigir este tipo de veículo o surpreendeu. “Trabalhei como motorista auxiliar há 20 anos. Quando fiquei sabendo que fui o vencedor da licitação de táxi adaptado fiquei um pouco tenso por não saber o retorno que este veículo me daria. Agora vejo que fui um felizardo em ganhar esta permissão. Estou trabalhando o dia todo e as pessoas que atendo estão super felizes com o serviço”, informou Miranda.

A cidade conta, ainda, com um serviço individual e gratuito de transporte porta a porta, o sistema apoio. Seu objetivo é oferecer condições de transporte para atender necessidades de saúde, educação e trabalho a portadores de deficiência permanente e com grave dificuldade de locomoção. Atualmente, 15 veículos prestam este serviço na cidade, número quase duas vezes maior que o de 2009, quando havia 8 carros apoio circulando em Juiz de Fora. Mais de 120 pessoas utilizam o sistema por mês, demanda 63% maior que o de dois anos atrás. Para utilizar este benefício, os portadores de deficiência precisam fazer um cadastro no Naepd, e, de posse de uma identificação própria, realizar seus agendamentos.

Para Wesley Barbosa, chefe do Núcleo de Atendimento Social à Pessoa com Deficiência, é possível observar na cidade, hoje, uma realidade bem diferente e mais inclusiva. “A expansão da frota de ônibus adaptados, a novidade dos táxis, a maior oferta do serviço apoio e a capacitação dos profissionais que lidam diretamente com as pessoas com deficiência revelam grandes avanços no setor. Além disso, observo uma mudança de comportamento, o que é essencial para esta realidade, pois não há políticas para deficientes sem uma nova postura. A nossa questão começou a ser tratada pela Prefeitura de forma articulada, envolvendo os setores de transporte, saúde, assistência social e educação, fato muito importante, já que o deficiente está inserido em vários contextos. Não só o Núcleo e o Poder Público precisam trabalhar neste sentido; todos têm que se apoderar da questão para que as soluções apareçam”, avalia.

* Informações com a Secretaria de Comunicação Social, pelos telefones 3690-7245 / 7599.
SECRETARIA DE TRANSPORTE